Algumas pesquisas entre o público evangélico têm demonstrado que o número de pastores com problemas psiquiátricos tem aumentado. Segundo o psiquiatra Dr. Pércio, essas pesquisas tem apontado, que entre os pastores, esse índice é maior que em outras profissões. Recentemente foi verificado que em um grupo amostral 26% eram pastores portadores de problemas psiquiátricos no caso, depressão. Segundo a pesquisa de Lotufo Neto, médico psiquiatra e professor de medicina do hospital das clinicas em São Paulo, foi encontrado maior incidência de doenças mentais entre ministros protestantes se comparados à população geral, e os transtornos depressivos responderam por 16,4% das doenças mentais encontradas nos ministros protestantes.
As causas mais comuns indicadas para depressão em pastores são:
- Problemas com lideranças de igreja;
- Baixa remuneração;
- Mudança constante de igreja;
- Falta de apoio da igreja local, pastor tem expectativas que não são correspondidas pela igreja;
- Estresse relacionado à atividade pastoral;
- Também foram observadas as queixas das esposas com relação ao tratamento dado pela igreja;
- Pecado e enfraquecimento na fé.
Este é um caso que se complica no contexto do ministério pastoral ou da liderança cristã ainda pelo fato de uma visão triunfalista, onde entende-se que pessoas que são realmente “homens de Deus” não enfrentam problemas como o da depressão.
Uma consequência que tem surgido diretamente desse cenário da vida pastoral é o aumento de casos de pastores que estão se suicidando. Na maioria das vezes o suicídio vem como um complemento de um agravamento em casos de depressão.
De acordo com o Instituto Schaeffer, 70% dos pastores lutam constantemente com a depressão, e 71% se dizem esgotados. Além disso, 80% acredita que o ministério pastoral afeta negativamente as suas famílias, e 70% dizem não ter um “amigo próximo”. Talvez estes dados nos forneçam um retrato da condição emocional da maioria daqueles que ocupam nossos púlpitos.
Em Atos dos Apóstolos 20.28 lemos o seguinte: “Cuidem de vocês mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo os colocou como bispos, para pastorearem a igreja de Deus, que ele comprou com o seu próprio sangue.” Diante deste texto temos pelo menos três implicações:
A primeira é que se somos pastores, ou líderes, da igreja de Deus, então precisamos ter a responsabilidade de cuidar da nossa própria vida.
A segunda é que é nosso dever cuidar da vida de outros que Deus nos tem confiado.
E a terceira é que ao fazermos isso, cuidarmos da vida daqueles que Deus nos confiou, não devemos “morrer pela igreja”. Jesus Cristo já morreu por ela.
Texto adaptado: Pr Ricardo Costa
Ricardo Costa
Diretor do CTPI. Mestre em Missiologia pelo Centro de Pós-Graduação Andrew Jumper. Diretor de Treinamento da MPC do Brasil. Professor do Seminário Presbiteriano do Sul. Plantador e Pastor da Comunidade Presbiteriana Vinhedo.